Funcionária em Goiás denuncia esquema de corrupção da OS AGIR, contratada pelo Governo do Amazonas

As recentes revelações sobre esquemas de desvio de dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) pela Organização Social AGIR em Goiás levantam preocupações no Amazonas, onde a mesma OS foi contratada para gerir o Hospital 28 de Agosto e o Instituto Dona Lindu em um contrato bilionário.

Em uma denúncia divulgada pelo portal Goiás24horas, uma ex-funcionária da AGIR, que trabalhava como faturista hospitalar no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), revelou como a organização montou um esquema de desvio de recursos públicos do SUS.

Esquema de Fraude com Notas Fiscais Falsas

Segundo a ex-servidora, a diretoria da AGIR orientava a inserção de números fictícios de notas fiscais nos cadastros enviados ao Ministério da Saúde para garantir o pagamento de valores fraudulentos. Ao questionar a prática, a funcionária começou a sofrer perseguições, sobrecarga de trabalho e assédio moral, incluindo episódios humilhantes, como ser obrigada a pegar chaves jogadas no chão pelos superiores.

A denúncia aponta que a AGIR tem forte influência política no governo de Goiás, com Paulo Vêncio, diretor da organização, sendo irmão do secretário de Saúde de Ronaldo Caiado, Sergio Vêncio. A OS recebe quase R$ 100 milhões por mês em contratos com o governo goiano, incluindo R$ 19,2 milhões mensais apenas pelo gerenciamento do CRER.

Denúncias Encaminhadas à Polícia Federal

O caso foi levado ao Conselho Estadual de Saúde de Goiás por prestadores de serviço e usuários do CRER, que também denunciaram perseguições e assédios praticados pela AGIR no hospital. As evidências e os relatos serão encaminhados à Polícia Federal para investigação.

O Que Isso Significa Para o Amazonas?

A contratação da mesma Organização Social para gerir hospitais estratégicos no Amazonas, como o 28 de Agosto, já foi alvo de críticas devido ao histórico de denúncias envolvendo a AGIR. Agora, com novas acusações graves em Goiás, surgem perguntas que o governo Wilson Lima precisa responder:

  • Houve um processo rigoroso de avaliação antes da escolha da AGIR para contratos bilionários?
  • Como o governo garante que os recursos da saúde no Amazonas serão bem administrados?
  • O contrato com a AGIR será revisado à luz dessas novas denúncias?

Saúde Pública em Risco

Enquanto médicos e outros profissionais de saúde no Amazonas estão sem salários há meses, o estado destina valores altíssimos a uma OS envolvida em escândalos de corrupção em outro estado. O sistema público de saúde do Amazonas, já fragilizado, não pode arcar com mais desvios e má gestão.

Mobilização da População e das Autoridades

Diante dessas revelações, é essencial que a população do Amazonas cobre transparência e fiscalização rigorosa sobre os contratos com a AGIR. As autoridades estaduais, assim como o Ministério Público e a Polícia Federal, devem agir para garantir que o dinheiro público seja usado de forma responsável e ética.

O Amazonas não pode se tornar vítima das mesmas práticas denunciadas em Goiás. A saúde pública do estado precisa ser protegida para evitar mais tragédias e prejuízos à população.